Os Orixás são deuses
africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos
estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada
Orixá aproximam os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções
como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada Orixá tem
ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas,
rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo
que se deu durante o período da escravatura, cada Orixá foi também associado a
um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem
os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos
católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
Estes deuses da
Natureza são divididos em 4 elementos – Água, Terra, Fogo e Ar. Alguns
estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás
básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto
que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os
tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão
associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a
dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e
outras analogias.
No Candomblé
cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos
populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito
forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente
cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde,
morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas.
Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus,
e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os
nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito freqüente
dizer-se que as personalidades dos seus filhos são conseqüência dos orixás que
regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses
africanos.
Alda de Oxum
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