Ogum lutava
sem cessar contra os reinos vizinhos. Ele trazia sempre um rico espólio em suas
expedições, além de numerosos escravos. Todos estes bens conquistados, ele
entregava a Odúduá, seu pai, rei de Ifé.
Ogum
continuou suas guerras. Durante uma delas, ele tomou Irê. Antigamente, esta
cidade era formada por sete aldeias. Por isto chamam-no, ainda hoje, Ogum
mejejê lodê Irê - "Ogum das sete partes de Irê".
Ogum matou o
rei, Onirê e o substituiu pelo próprio filho, conservando para si o título de
Rei. Ele é saudado como Ogum Onirê! - "Ogum Rei de Irê!"
Entretanto,
ele foi autorizado a usar apenas uma pequena coroa, "akorô". Daí ser
chamado, também, de Ogum Alakorô - "Ogum dono da pequena coroa".
Após instalar
seu filho no trono de Irê, Ogum voltou a guerrear por muitos anos. Quando
voltou a Irê, após longa ausência, ele não reconheceu o lugar. Por
infelicidade, no dia de sua chegada, celebrava-se uma cerimônia, na qual todo
mundo devia guardar silêncio completo. Ogum tinha fome e sede.
Ele viu as
jarras de vinho de palma, mas não sabia que elas estavam vazias. O silêncio
geral pareceu-lhe sinal de desprezo. Ogum, cuja paciência é curta,
encolerizou-se. Quebrou as jarras com golpes de espada e cortou a cabeça das
pessoas. A cerimônia tendo acabado, apareceu, finalmente, o filho de Ogum e
ofereceu-lhe seus pratos prediletos: caracóis e feijão, regados com dendê, tudo
acompanhado de muito vinho de palma.
Ogum,
arrependido e calmo, lamentou seus atos de violência, e disse que já vivera
bastante, que viera agora o tempo de repousar. Ele baixou, então, sua espada e
desapareceu sob a terra. Ogum tornara-se um Orixá.
Abraços
Alda
da Oxum
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