1. Não se desconectar da
matéria. O excesso de espiritualismo pode criar uma descompensação com graves
prejuízos para a vida pessoal e material de uma pessoa. A matéria é tão
importante quanto o espírito; ambos são matizes, graus da mesma manifestação.
Nenhum dos dois pode prevalecer sobre o outro. Antídoto: Equilíbrio.
2. Não despertar os
poderes antes da consciência. Os poderes estão a serviço da consciência. Não é
preciso buscá-los; quando chega o momento, eles surgem naturalmente. Buscar o
poder antes do saber é inverter a ordem natural do processo. Para que sirvam a
consciência, os poderes devem ser doados a partir de algo além de nossa
vontade. Antídoto: Equanimidade.
3. Não fixar-se em
pessoas em vez de em suas informações. Você não monta uma casa em um túnel. Ele
é só um meio para se chegar até ela. Quem depende de um mestre volta à infância
psicológica. Em um processo de iniciação ou terapêutico isso pode ser
necessário, mas somente como uma fase a superar, e não como um estado onde
parar. Antídotos: Discernimento e Moderação.
4. Não sentir excesso de
autoconfiança. Quem se crê auto-suficiente é uma presa fácil para os agentes do
engano e não raro se vê envolvido por eles. Quem crê demais na própria
capacidade está fadado a equivocar-se. Antídoto:
Desconfiar de si mesmo.
5. Não se sentir
superior. Nunca julgue que a própria linha de trabalho é superior às demais.
Essa superioridade é a antítese do esoterismo, que afirma justamente a onipresença
da consciência em todos os seres e caminhos. Essa postura desconecta uma pessoa
das autênticas correntes da consciência amplificada, e é o ponto de partida
para a via negra. Antídoto: Equidade.
6. Não se deixar levar
por impulsos messiânicos. À vontade de salvar os demais é uma armadilha fatal.
Sua tela de fundo é a vaidade e a insegurança. Essa fobia paranóica rompe com os
canais de conexão com o mestre interior, bloqueia o processo de auto conhecimento
e lança a espiritualidade numa espiral involuta, além de inibir o direito ao
“livre-arbítrio de cada um”. Antídoto: Confiança
na existência.
7. Não tomar medidas
inconseqüentes. O entusiasmo pode levar uma pessoa a romper com seu círculo
profissional e familiar sem necessidade. Com o “fluir” ou o “fechar os olhos e
saltar” — axiomas que só deveriam ser usados em situações muito especiais —, os
idiotas mais entusiasmados do mundo esotérico incentivam os recém-chegados a se
arrebentarem logo na largada. Antídoto: Responsabilidade
serena.
8. Não agir com demasiada
rigidez. Encantada com as novas informações que lhe ampliam a consciência, uma
pessoa pode-se tornar intolerante. Ela tem a tentação de impor sua forma de
pensar e seus modelos de conduta aos demais. Limitando sua capacidade de ver a
partir de outras perspectivas, ela perde o acréscimo de consciência que havia
conquistado. Antídoto: Tolerância e Relaxamento.
9. Não se dispersar.
Estudar ou praticar demasiadas coisas ao mesmo tempo sem aprofundar-se em
nenhuma delas leva a uma falsa sensação de saber. Nessa atitude, pode-se passar
uma vida inteira andando em círculos, enquanto se faz passar por um sábio. Antídoto: Concentração.
10. Não abusar.
Manipuladas, as informações espirituais servem de álibis ou justificativas
convincentes para os piores atavismos. Usar essas informações para fins muito
particulares é um crime. Ninguém profana impunemente o que pertence a todos. Antídoto: Retidão e integridade.
Abraços
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