O QUE OS
OUTROS PENSAM
– Aquilo que os outros pensam é ideia deles. Não podemos usufruir-lhes a cabeça
para lhes imprimir as interpretações de que são capazes diante da vida. Um
indígena e um físico contemplam a luz, mantendo conceitos absolutamente antagônicos
entre si. Acontece o mesmo na vida moral. Precisamos nutrir o cérebro de
pensamentos limpos, mas não está em nosso poder exigir que os semelhantes
pensem como nós.
O QUE OS
OUTROS FALAM
– A palavra dos amigos e adversários, dos conhecidos e desconhecidos é criação
verbal que lhes pertence. Expressam-se como podem e comentam as ocorrências do
dia a dia, com os sentimentos dignos ou menos dignos de que são portadores. Efetivamente,
é dever nosso cultivar a conversação criteriosa; entretanto, não dispomos de
meios para interferir na manifestação pessoal dos entes que nos cercam, por
mais caros se nos façam.
O QUE OS
OUTROS FAZEM
– A atividade dos nossos irmãos é fruto de escolha e resolução que lhes cabe. Sabemos
que a Sabedoria Divina não nos criou para cópias uns dos outros. Cada
consciência é domínio à parte. As criaturas que nos rodeiam decerto que agem
com excelentes intenções, nessa ou naquela esfera de trabalho e, se ainda não
conseguem compreender o mérito da sinceridade e do serviço ao próximo, isso é
problema que lhes compete. Fácil deduzir que não nos é lícito fugir da ação
nobilitante, em benefício de nós mesmos, mas não nos cabe impor pareceres nas
decisões alheias, que o próprio Criador deixa livres.
À vista disso, cooperamos com os outros e
recebamos dos outros o auxílio de que carecemos, acatando a todos, mas sem
perder tempo com o que Possam pensar, falar e fazer. Em suma, respeito para os
outros e responsabilidade para nós.
Emmanuel, de "Tende Bom Ânimo",
de Francisco Cândido Xavier, Carlos A. Baccelli
Abraços
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