A Legião de espíritos chamados "Pretos
Velhos" foi formada no Brasil, devido ao torpe comércio do tráfico de
escravos arrebanhados da África, idosos mesmo, poucos vieram, já que os
escravagistas preferiam os jovens e fortes, tanto para resistirem ao trabalho
braçal como às exemplificações com o látego. Porém, foi esta minoria o
compêndio no qual, os incipientes puderam ler e aprender a ciência e sabedoria
milenar de seus ancestrais, tais como o conhecimento e emprego de ervas, plantas,
raízes, enfim, tudo aquilo que nos dá graciosamente a mãe natureza. Mesmo
contando com a religião, suas cerimônias, cânticos, esses moços logicamente não
poderiam resistir à erosão que o grande mestre, o tempo, produz sobre o
invólucro carnal, como todos os mortais. Mas a mente não envelhece, apenas
amadurece.
Voltemos ao passado, na época da "A Idade
das Trevas" no Brasil, dos feitores e senhores, senzalas e quilombos,
sendo os senhores feudais brasileiros católicos ferrenhos (devido à influência
portuguesa) não permitia a seus escravos a liberdade de culto. Eram obrigados a
aprender e praticar os dogmas religiosos dos amos. Porém eles seguiram a velha
norma: "contra a força não há resistência, só a inteligência vence".
Faziam seus rituais às ocultas, deixando que os déspotas em miniatura
acreditassem estar eles doutrinados para o catolicismo, cujas cerimônias
assistiam forçados. Desta aparente ambiguidade passaram a colocar em seus Deuses Orixás
os nomes dos santos católicos que mais se assemelhavam, daí o sincretismo.
As crianças escravas recém-nascidas, na época,
eram batizadas duas vezes. A primeira, ocultamente, na nação a que pertenciam
seus pais, recebendo o nome de acordo com a seita. A segunda vez, na pia batismal
católica, sendo esta obrigatória e nela a criança recebia o primeiro nome do
seu senhor, sendo o sobrenome composto de cognome ganho pela Fazenda onde
nascera (Antônio da Coroa Grande, exemplo), ou então da região africana de onde
vieram ( Joaquim D'Angola, Maria Conga, etc...)
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares
adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os
Pretos Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam.
Os Pretos velhos, considerados nossos Guias ou
Protetores (semi-Orixás), somente pelos Umbandistas, pois na Nação (Candomblés)
são considerados Eguns (almas desencarnadas), e decorrente disso, só têm fio de
conta (Guia) na Umbanda. Podem usar o preto e branco. O preto porque, quando se
morre, fica-se nas trevas e só com o decorrer do tempo e com preces as almas
passam a ter luz; e o branco por serem almas e todo espírito ser representado
pelo branco. Essas cores são também usadas porque, sendo os pretos velhos almas
de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e
branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora,
semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros,
porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja
planta era encontrada em quase todos os lugares.
Comemoração: A data de 13 de maio é a data em que
foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos), razão pela qual a Umbanda
comemora o dia do Preto Velho.
Abraços
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