Na
Umbanda, o Caboclo é a imagem do Indígena nativo de nossa terra e quando
incorporado, presta caridade, dá passes, canta, dança e anda de um lado para
outro em lembranças do tempo de aldeia.
Conhecedores
de muitas ervas, os Caboclos são exímios na arte e na limpeza espiritual são
profundos conhecedores das ervas medicinais e de suas propriedades espirituais,
assim como suas propriedades terapêuticas para o tratamento de muitos males.
São
grandes passistas e os resultados de seus trabalhos aparecem rapidamente.
Gostam muito de crianças e se entristecem muito com o mau tratamento
dispensados a elas por maus pais.
Os
Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm uma dificuldade muito grande
de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos,
que são filhos da casa, iniciando seus desenvolvimentos ou alguém que não tenha
mediunidade de incorporação. Eles são muitos sérios, porém gostam de festas e
fartura, dançam e cantam ao seu modo.
Assim
se manifestam os Caboclos, onde quer que sejam chamados.
Algumas
casas adotam determinadas doutrinas que tolhem um pouco as características. Não
lhes permitem fumar, e se mesmo assim, humildemente, aceitam as condições dos
guias de chefia da casa, é por que é maior o desejo da caridade, do que se
mostrarem como realmente são.
Desta
forma, isso não diminui nem seus trabalhos nem a capacidade da casa, muito
mesmo deprecia a doutrina.
No
entanto é muito importante que os respeitemos da maneira que se apresentem, sem
que queiramos por nossas variações sociais determinar suas procedências ou
negar suas qualidades.
A
grande maioria dos Caboclos fala de forma rústica, lembrando sua forma
primitiva de ser, e mostram através de suas danças muita beleza, própria dessa
linha. Seus "brados", que fazem parte de uma linguagem comum entre
eles, representando quase uma "senha" entre eles. Cumprimentos e
despedidas são feitas usando esses sons.
Costuma-se
dizer que as diferenças entre eles estão nos lugares aos quais eles dizem pertencer.
Dando
como origem ou habitat natural, assim podemos ter:
Caboclos
da mata virgem - Esses viveram mais interiorizados nas matas, sem nenhum
contato com outros povos.
Caboclos
da mata - Esses viveram mais próximos da civilização ou tiveram contato com
ela. Assim, vários caboclos se acoplam dentro dessa divisão.
Torna-se
de grande importância conhecermos esses detalhes para compreendermos porque
alguns falam mais explicados do que outros. Para a Umbanda, é importantíssimo
saber que a "personalidade" de um caboclo se dá pela junção de sua
"origem", "especialidade" e "força da natureza"
que o rege.
Todo
caboclo tem uma vibração originária de orixá masculino e toda cabocla tem uma
vibração originária de Orixá feminino, mas como falange, eles (as) podem
penetrar em todas as vibrações de Orixás e do Oriente.
Para
explicar melhor, citaremos o exemplo da Cabocla Jurema: toda cabocla Jurema tem
vibração originária de Iansã, mas poderemos encontrar a mesma entidade
trabalhando em outras vibrações como Jurema da Praia, na vibração de Iemanjá;
Jurema da Cachoeira, na vibração de Oxum; Jurema da Mata, na vibração de
Oxóssi, e assim sucessivamente. É a mesma entidade, com vibração originária de
Iansã, penetrando em outras vibrações de Orixás.
Segue-se
a relação dos caboclos e caboclas mais conhecidos na Umbanda, com sua
respectiva vibração originária.
CABOCLOS DE OGUM
Águia
Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata,
Caiçaras, Guaracy, Icaraí, Ipojucan, Itapoã, Jaguarê, Rompe Aço, Rompe Ferro,
Rompe Mato, Rompe Nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tabajara, Tamoio, Tupuruplata,
Ubirajara, etc.
CABOCLOS DE XANGÔ
Araúna,
Caboclo do Sol, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Girassol, Goitacaz, Guará,
Guaraná, Janguar, Juparã, Mirim, Sete Cachoeiras, Sete Caminhos, Sete Estrelas,
Sete Luas, Sete Montanhas, Tupi, Treme Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha,
Urubatão, Urubatão da Guia, Ubiratan, etc.
CABOCLOS DE OXOSSI
Arruda,
Aimoré, Arapuí, Boiadeiro, Caboclo da Lua, Caçador, Flecheiro, Folha Verde,
Guarani, Japiassú, Javarí, Paraguassu, Mata Virgem, Pena Azul, Pena Branca,
Pena Verde, Pena Dourada, Rei da Mata, Rompe Folha, Sete Flechas, Serra Azul,
Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Ubá, Sete Encruzilhadas, Junco Verde, Tapuia, etc.
CABOCLOS DE OMULÚ
Arranca
Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Giramundo, Yucatan, Jupurí, Uiratan, Alho
d'Água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Caboclo Roxo, Grajaúna, Bacuí,
Piraí, Surí, Serra Verde, Serra Negra, Tira Teima, Folha Seca, Sete Águias,
Tibiriçá, Viramundo, Ventania, etc.
CABOCLAS DE IANSÃ
Bartira,
Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina,
Poti, Talina, Potira, etc.
CABOCLAS DE IEMANJÁ
Diloé,
Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jaci, Sete
Ondas, Sol Nascente, etc.
CABOCLAS DE NANÃ
Assucena,
Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Luana, Muiraquitan, Sumarajé, Xista,
Paraguassú, etc.
CABOCLAS DE OXUM
Iracema,
Yara, Imaiá, Jaceguaia, Juruema, Juruena, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunuê,
Mirini, etc.
A FALANGE DOS CABOCLOS
DETALHADA
HABITAT:
matas e ambientes da vibração originária
LIBAÇÃO:
água de coco, mate, mel com água, caldo de cana, vinho tipo moscatel.
ERVAS:
cipó cabeludo, cipó caboclo, eucalipto, guiné caboclo, guiné pipi, samambaia.
FLORES:
girassol, flor de ipê, palmas de diversas cores, conforme a vibração
originária.
ESSÊNCIAS:
para os caboclos - eucalipto, girassol / para as caboclas - eucalipto, pinho,
tintura de tolu.
FITAS:
verde, vermelha e branca.
PEDRAS:
quartzo verde.
METAL:
da vibração originária.
DIA
DA SEMANA: Quinta-feira ou o dia da vibração originária.
SAÚDE:
não tem área de saúde específica.
COZINHA
RITUALÍSTICA: milho e amendoim cozidos e passados no mel, servido com folhas
pequenas de saião, que servem como "colher" e que também devem ser
ingeridas e frutas.
Obrigada pela visita e Volte sempre!!
Axé sempre em seus Caminhos !!!
Abraços!!
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