Iemanjá
e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho, com seus dotes sabia
interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou e demorou para
voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa, Então, usando o oráculo do marido
ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.
No
caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma
mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô
jogava búzios. ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Iemanjá,
preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.
Não
demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos,
Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ela disse que fez aquilo para não morrer
de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumare.
Olofim
reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que
permite a leitura do destino, Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias
que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler a
complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Iemanjá tinha um
pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.
Deu
a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não
envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres ganharam uma
atribuição antes totalmente masculina.
Lenda
tirada do livro
Mitologia
dos Orixás - Reginaldo Prandi – 2001
Axé sempre em seus Caminhos !!!
Abraços!!
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