Se Exu é o começo de tudo, Oxalá é o fim. Se Exu
é o principio da vida, Oxalá é o principio da morte. Equilíbrio positivo do
Universo, é o pai da brancura, da paz, da união, da fraternidade entre os povos
da Terra e do Cosmo. Pai dos Orixás, é considerado o fim pacífico de todos os
seres. Orixá da ventura, da compreensão, da amizade, do entendimento, do fim da
confusão.
O branco, nos cultos Afro-Brasileiros, é a cor
principal. É, entretanto, o luto, a cor de Oxalá, pois Oxalá é aquele Orixá que
vai determinar o fim da vida, o fim da estrada do ser humano. Daí sua cor ser
considerada a cor do luto, nos Cultos. Oxalá é o fim da vida, é o momento de
partir em paz, com a certeza do dever cumprido.
Embora não gostemos dela, nem que a queiramos com
certeza, a morte é uma conseqüência da própria vida. Exu inicia, Oxalá termina.
É assim nas rodas de Candomblé, no xirês, quando louvamos todos Orixás.
Começamos por Exu, terminamos com Oxalá.
A religião, então, encara o fator morte com a
mesma naturalidade com que encara os demais assuntos, pois ele faz parte da
Natureza e sabemos que tudo tem um inicio, um meio e um fim. Também o Culto vai
encarar esta evidência com lógica e vai determinar uma regência, ou melhor,
inúmeras regências, para essa força chamada Oxalá.
A morte é descanso final, e se é o descanso final
é a paz. Oxalá é o Orixá da paz. Ele é o pai da brancura, cor do luto no
Candomblé. Portanto ele é o pai a morte, ou melhor dizendo, é o principio do
fim da vida.
Mas Oxalá também tem outras atribuições na
Natureza. É ele que vai proporcionar a paz entre os homens; é ele que vai
trazer o entendimento, a compreensão, o sossego, a fraternidade, não somente
entre os homens, mas também em sua relação com outras forças da natureza, pois
é comum nas Casas de Santo oferecemos comidas e flores, para que Oxalá venha
apaziguar uma situação de conflito, uma determinada cabeça. É ele que servirá
de mediador para que haja uma solução, uma definição.
Oxalá, portanto, está presente nos momentos em
que a calma é estabelecida. Rege a tranqüilidade, o silêncio, a paz do
ambiente.
Oxalá é o equilíbrio das coisas, mantendo-as
suavemente estabilizado e em posição de espera ou definição, de acordo com o
caso, de acordo com a situação.
É, portanto, a organização final, da maneira mais
pacífica possível.
Mitologia
Oxalá era marido de Nanã, Senhora do Portal da
vida e da morte. Senhora da fronteira de uma dimensão (a nossa) para outras.
Por determinação da própria Nanã, somente os
seres femininos tinham o acesso ao Portal, não permitindo a aproximação dela de
seres do sexo masculino, sob hipótese alguma. Esta determinação servia para
todos, inclusive para o próprio Oxalá.
E assim foi, durante muito tempo. Porém, Oxalá
não se conformava em não poder conhecer o Portal, não só por ser marido de
Nanã, como por sua própria importância no panteão dos Orixás.
Assim, pensou, até que encontrou a melhor forma
de burlar as determinações de sua esposa. Não fugindo de sua cor branca,
vestiu-se de mulher, colocou o Adê (coroa) com os “chorões”, no rosto, próprio
das Iabás (mulheres) e aproximou-se do Portal, satisfazendo, enfim, sua
curiosidade.
Foi pego, porém, por Nanã, exatamente no momento
em que via o outro lado da dimensão. Nanã aproximou-se e determinou:
-Já que tu, meu marido, vestiste-te de mulher
para desvendar um segredo importante, vou compartilhá-lo contigo. Terás, então,
a incumbência de ser o principio do fim, aquele que tocará o cajado três vezes
ao solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguiras te desfazer das
vestes femininas e, daqui para frente, terá todas as oferendas fêmeas!
E Oxalá, conhecido por Olufan, passou a comer não
mais como demais santos Aborós (homens), mas sim cabras e galinhas como as
Iabás. E jamais se defez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se
no Senhor do principio da morte e conheceu todo o seu segredo.
Oxalá, portanto, é o fim. Não o fim trágico, mas
pacífico, de tudo que existe no mundo. E por isso merece todo o carinho que lhe
damos. Por isso, é o nosso salvador, nosso conselheiro, aquele que vem nos
momentos de angustia para trazer algo que esse mundo precisa demasiadamente:
Paz.
Mitologia
de Oxaguian
Oxalá, rei de Ejigbô, vivia em guerra.
Ele tinha muitos nomes, uns o chamavam de
Elemoxó, outros de Ajagunã, ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã.
Gostava de guerrear e comer.
Gostava muito de uma mesa farta.
Comia caracóis, canjica, pombos brancos, mas
gostava mais de inhame amassado.
Jamais se sentava estavam sempre atrasados, pois
eram muito demorado preparar o inhame.
Elejigbô, o rei do Ejigbô, estava assim sempre
faminto, sempre castigando as cozinheiras, sempre chegando tarde para fazer a
guerra.
Oxalá então consultou os babalaôs, fez suas
oferendas a Exu e trouxe para a humanidade uma nova invenção.
O rei de Ejigbô inventou o pilão e com o pilão
ficou mais fácil preparar o inhame e Elejigbô pode ser fartar e fazer todas as
suas guerras.
Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo
inhame que todos agora o chamam de “Orixá Comedor de Inhame Pilado”, o mesmo
que Oxaguian na língua do lugar.
Dia: sexta feira;
Data: 15 de janeiro;
Metal: todos os metais brancos;
Cor: branco e leitoso;
Comida: inhame pilado;
Arquétipo: altos e robustos, porte
majestoso, olhar ao mesmo tempo altivo e travesso, elegante e amigo das
mulheres, alegre, gosta profundamente da vida, revela-se muitas vezes irônicos,
malicioso, prolixo, brincalhão, idealista e defensor dos injustiçados,
intuitivo quanto ao futuro. Seu pensamento original antecipa o de sua época,
espírito brilhante, facilidade de argumentação. Se rico é generoso e até
pródigo. Embora guerreiro não é agressivo, nem brutal.
Obrigada
pela visita e Volte sempre!!
Axé sempre em seus Caminhos !!!
Abraços!!
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